terça-feira, 27 de agosto de 2013

The Selfish Engagement ( Chapter 3)

                     







                        Algumas crianças brincando em um parque, ou mesmo em um chão sujo, na beira de uma calçada ou em frente a algum trailer de comida abundante, tipo de cachorro-quente gorduroso e barato, sabe? Quase dá pra sentir o cheiro, não é verdade? Cheiro de que? De infância, é claro! Pergunte pra qualquer um quais são suas memórias de quando era pequeno e não encontrará respostas que fujam muito desse quadro. O que faz a gente mais humano? É brincar com a roupa suja de comida e não se importar com isso? Sempre se inventa novas maneiras de cair, parece um ritual, dizendo que quanto pior a coisa for, melhor ela realmente é. Pois bem, e lá estava Joahn sentado em um banco no meio de uma vasta e colorida praça, fazendo o ritual de ser criança! Embora não entendesse normalmente o por que dos adultos serem tão chatos, queria ser como eles: gente grande. Se ele ao menos pudesse dar um salto no tempo e visse aquele senhor de cabelos brancos com uma túnica pesada e suja de sangue, em posse de uma espada verde que controlasse o tempo, o que ele pensaria? Certamente ele era feliz. Mas não sabia. A felicidade tem todo um quê de saudade. Ele ainda se lembra de seu pai, sentando no banco da praça.
                        - Está se divertindo, garotão?- diz de maneira singela
                        - Olha, pai. Estou inventando uma história- respondeu
                        Seu pai apenas sorriu. Talvez fosse um daqueles momentos em que você tenta falar e não consegue. E somente acenou com a cabeça. A todo custo tentava sufocar um leve choro, que teimava em escorrer pelo seu rosto
                        - Por que cê tá chorando?- perguntou Joahn
 Foi naquele exato momento em que o garoto (como seu pai gostava de chamá-lo) percebeu que a vida não era assim tão fácil quanto ele pensava. O seu pai, a muito custo, tentava explicar a viagem da sua mãe, viagem que por sinal, ela não iria voltar.
                       -E então o que a gente vai fazer agora?- perguntou Jeremy
                       -Não sei, seria bom a gente achar alguma pista do assassino, ou senão você não vai voltar, garoto- retrucou Billy
                       -E como a gente faz isso?
                       -Vamos, eu sei de alguém que talvez possa nos ajudar!-disse Billy
                       E andaram por um longo caminho de terra, que cercava e saía da cidade. Foram andando por duas horas por entre uma vegetação cuja relva era verde e macia, quando finalmente chagaram a um casarão de pedra bruta, que parecia abandonado de tão velho.
                       -Senhor Brutus!!-gritava Billy
                       -Senhor Brutus-gritava mais alto ainda
                       Alguns segundos depois um velho senhorio nos recebia ainda vestido com seu pijama, e com uma cara mal-humorada de quem havia acabado de acordar
                       -O que vocês querem?-perguntou ríspido
                       Senhor, sou eu, Billy, filho do grande amigo de seu pai- e sorria
                       -Ah, sim, garoto. Hump! Mas da próxima vez não venha me acordar tão cedo!
                       -Mas são 5 hrs da tarde- falou Jeremy
                       O velho o encarou de cima a baixo:
                       -E este mal-educado....Quem é?
                       -Ah... é um garoto que trabalha nas minas, senhor-disse
                       -Hum...que da próxima vez ele não me aborreça, ou vai sentir a minha fúria!- disse virando as costas para eles e com voz determinada.
                       Jeremy ia sorrindo, mas Billy prontamente lhe tapou a boca e lhe deu um olhar repreensivo. Não acreditava que alguém tão inofensivo fosse se chamar Brutus.
                       -Mas o que o traz aqui, rapaz?- perguntou
                       -Eu preciso da sua ajuda, senhor. É sobre o subterrâneo!- respondeu
                       E os olhos do velho pareciam finalmente despertos. E andava de um lado a outro da casa, com sinais de clara preocupação.
                       -Pois bem, sente-se aí- e lhe apontou uma vasta cadeira artesanal- vou lhe contar o que sei
                       Alguns minutos depois, Jeremy e seu interventor estavam sentados, enquanto Brutus voltava do interior da casa com um grosso livro de histórias
                       -Bem, eu andei dando uma pesquisada e juntei com alguns fatos que eu já tinha conhecimento
                       -Debaixo da terra, em algum lugar do nosso reino existe um povo que é descendente dos primeiros habitantes. Eles são da época conhecida como Primeira Tempestade. Ao todo, existem até os dias atuais 3 eras, a que vivemos é conhecida como Terceira Tempestade. Poucos foram os que se arriscaram a descer os subterrâneos e encontrá-los, pois dizem que eles são seres terríveis que só estão em busca do mal. Ninguém sabe ao certo o que eles escondem lá e como sobrevivem com tão pouca comida.
                       -Howow!!-disse Jeremy
                       -Silêncio, garoto, deixa eu continuar! Ah, pois bem. Então, existe uns comentários por aí que eles estariam de posse de uma das lendárias espadas, a espada das trevas! E  que seu poder ainda é desconhecido. E também que através dos subterrâneos, eles teriam acesso a qualquer lugar da cidade, podendo assim, localizar qualquer pessoa que eles quisessem.
                       -Fantástico! É justamente do que precisamos- disse Billy
                       -Vocês tem certeza que querem se arriscar assim?-perguntou
                       -Temos que fazer isso de um jeito ou de outro- e começou a lhe contar sobre a viagem no tempo de Jeremy e sobre o futuro da sociedade se eles não fossem buscar a espada.
                       -Ok, então. Vou lhes contar sobre uma passagem que leva ao mundo subterrâneo!-falou
                       Quando as primeiras sombras do crepúsculo começavam a inundar a cidade, duas sombras andavam a passos rápidos rumo a uma caverna na saída da cidade, os donos delas? Vocês bem conhecem!
                        Foram caminham devagar por dentro da caverna pouco iluminada pelas tochas que serviam para iluminar o caminho, ao mesmo tempo em que sombras dançavam por dentro da escuridão e Jeremy e seu Mestre tinham sempre a impressão de que havia mais alguém por alí, mas apenas continuavam a andar em direção ao fundo. Encontraram uma passagem. Era tão pequena que eles mal podiam passar, teria de ser uma pessoa de cada vez.
                        -Ainda bem que eu tenho cordas aqui, você está pronto?-perguntou Billy
                        -Sim, você vai primeiro?-retrucou
                        -Claro que sim, me ajude aqui-respondeu
                         Depois de alguns minutos, quando Billy estava descendo se ouviu um clarão e um grito que parecia vir das profundezas da terra
                        -Aaaaaaaaaaaaaahhhhhhhhhhh!!!!!!!!
                        -Billlyyy!!!!-gritava Jeremy, enquanto via a luz da tocha se apagar lentamente e ele permanecer sozinho.
                        Um garotinho apenas brincava no parque correndo de um lado para outro, e as vezes com seu herói favorito de metal, fingindo ser ele também um super-herói. Markahm, o herói que ele assistia todo dia na tv, tinha o poder de viajar no tempo, que, depois de ser adulto, era o que o garoto mais queria. Do outro lado da rua, havia um senhor de idade e barba branca usando uma túnica verde, que apenas observava todas as estripulias do menino, olhando ele atirar o boneco de um lado a outro. Uma mulher chega e reclama com o menino, que lentamente abaixa a cabeça. O menino fica irritado. O velho sorri com a cena.
                         -Massss maaaaaaaeeee!!- choraminga o menino
                         -Nada de mais, se comporte!- responde a mulher
                         Cerca de uma semana depois, o mesmo menino estava no mesmo banco da praça, cabisbaixo. Seu pai tinha acabado de tentar lhe anunciar a morte de sua mãe de uma maneira suave. Ele segurava o boneco com todas as forças, como se desejasse que a viagem no tempo fosse uma verdade para ele salvar sua mãe. Ele era pequeno, mas não era bobo não. E enquanto seu pai saia para comprar alguma coisa que não iria distrair nem aliviar a dor do menino, um velho homem se aproxima do banco.
                         -Posso sentar?-pergunta. O menino faz apenas um sinal afirmativo com a cabeça
                         - O que foi garoto?-perguntou
                         -Minha mãe morreu! E eu não pude fazer nada!-respondeu
                         -Isso é ruim mesmo-disse o velho abaixando a cabeça
                         -Esse boneco idiota não me ajudou em nada, nem viajar no tempo ele consegue!-resmungou
                         -Mas quem sabe um dia ele não pode te ajudar?-retrucou
                         -Ahhhh!!-vociferou
                         -Dizem algumas culturas que se você enterrar alguma coisa de muito valor e fizer um pedido, aquela coisa que você desejou se torna real-comentou
                         -Esse é o meu brinquedo favorito!-disse o garoto.
                         -O que você prefere, o brinquedo ou sua mãe de volta?
                         O garoto cavou na areia do parque uma pequena cova e enterrou seu boneco lá dentro sem pensar duas vezes.
                          -Eu vou indo-disse o velho e se afastou
                          Seu pai que ia voltando falou com o menino
                          -Quem é aquele filho, você conhece? Eu já te falei pra não falar com estranhos.Mas como ele já estava um pouco longe, ele preferiu não ir tirar satisfações com ele. Somente ficou alertando o menino, que fingia que ouvia, enquanto caminhavam de volta a sua casa.
                          Aquele poderia ser apenas mais um dia triste, mas alguns muitos anos depois, lá estava aquele mesmo ser estranho de capa esverdeada, no que antes era um parque, mas agora era apenas um descampado deserto.
                          Caminhou lentamente para um velho banco de madeira e cavou com cuidado debaixo dele. Encontrou um boneco enferrujado e sem traços, que fora seu companheiro de tantas aventuras. Olhou de soslaio para a espada que carregava  consigo e para o boneco carcomido. Ele havia feito uma promessa!

CONTINUA....
                           

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