quinta-feira, 13 de novembro de 2014

Devaneios (Dom Quixote de La Mancha)





Enfrentei todos os meus juízos conflitantes
Mergulhados em ruídos distantes e incessantes
Vestígios de sonhos perdidos, não dou razão aos meus instantes
Mas, se em cada segundo existem coisas interessantes
Não sou mais tão vazio como era antes
Pois em cada inferno há um sol de diamantes
Memórias não me parecem assim tão distantes
No final de cada dia não somos mais tão importantes
Escrevemos nossas vidas sem vogais e consoantes
O amor sempre tem o veneno de nantes
Tamborilando passos passados, apressados e ruminantes

(Cavaleiro andante, és tu Dom Miguel de Cervantes?)

2 comentários:

  1. Sublime!Lembrei desse poeminha de Drummond. Saca só

    "Que é loucura: ser cavaleiro andante
    ou segui-lo como escudeiro?
    De nós dois, quem o louco verdadeiro?
    O que, acordado, sonha doidamente?
    O que, mesmo vendado,
    Vê o real e segue o sonho
    de um doido pelas bruxas embruxado?
    Eis-me, talvez, o único maluco,
    e me sabendo tal, sem grão de siso,
    sou — que doideira — um louco de juízo."

    Dom Quixote é um dos meus personagens prediletos. Gostei muito dessa referência. Grande abraço!
    Thayna (;

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    1. É que esses dias tava lembrando de aventuras e histórias fantásticas, daí veio a ideia, eu nem lembrava desse poema de drummond ! Obrigado pela visita =)

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