terça-feira, 21 de janeiro de 2014

De Outros Tempos









O Tempo realmente existiu?
Suas filhas estão perdidas nos vitrais
Memórias rebeldes que ninguém viu
Daquelas que saem nos jornais

-Mata a quem respira!
-Decifra-me ou te devoro!
É isso tudo aquilo que me inspira
É aqui o lugar onde eu moro

O silêncio impiedoso das respostas
As perguntas já não tem mais portas
E a verdade é assim, imposta
Por quem aceita a mentira ou compra a aposta

Somente o depressante momento do agora
O antes e o depois, um minuto ou uma hora
Meu pensamento me levando embora
Sem juízo, sem juiz, sem pandora

As marcas deixaram ferrugens no meu cabelo
Quase a juventude em um momento de apelo
E a fúria de um dia é apenas um som distante
Um trovoar de narciso em um instante

Minhas asas desbravam vacilantes neblinas
Quem sabe meu sossego não desafia o destino?
Desfia a dor na batida de um sino
Uma tempestade sopra do paraíso, suas portas são ruínas

Baseado no texto de Walter Benjamin sobre a obra de Klee-Angelus Novus

Nenhum comentário:

Postar um comentário